O Maranhão aparece como um dos estados com maior número de registros de pescadores no país, mas com baixíssima produção de peixe por beneficiário, segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) e levantamento publicado pelo portal UOL. Em cidades como Pinheiro, Maracaçumé, Cajapió, Cajari e São João Batista, a produção média anual não chega a 1 kg de peixe por suposto pescador. Pinheiro lidera a lista com apenas 0,35 kg por ano, índice que reforça suspeitas de irregularidades. As cidades, no entanto, contam com grande número de beneficiários do seguro-defeso.
De acordo com os dados preliminares, no Maranhão e no Pará existem 43 cidades sem nenhuma produção registrada, mas com 49 mil pessoas cadastradas como pescadores no Ministério da Pesca. Dessas, 25 mil receberam o benefício pago pelo INSS para compensar o período de proibição da pesca no ano passado.
O TCU identificou que, em 107 municípios dos dois estados, a produção aquícola não passa de 10 kg de peixe por ano para cada beneficiário, sinal de que o número de pescadores pode ser bem menor que o de beneficiários.
O Maranhão, ao lado do Pará, concentra um terço de todos os segurados do programa no Brasil, com fortes indícios de que parte deles não exerce a atividade.