Relatos, documentos e mensagens divulgadas por servidores e parlamentares de Parnaíba, no litoral do Piauí, apontam para um suposto esquema de utilização da estrutura administrativa municipal para promoção de ataques virtuais contra opositores políticos. O caso envolve a gestão do prefeito Francisco Emanuel Cunha e está sendo encaminhado a órgãos de fiscalização e investigação.
Funcionários da prefeitura reunidos com blogueiros que usam as redes sociais para ataques virtuais – Foto: Reprodução
Na última semana, quatro vereadores de Parnaíba relataram ter sido alvo de publicações ofensivas e campanhas de desinformação nas redes sociais. As ações são atribuídas ao blogueiro Elan Martins, conhecido como Erlan Bastosque, segundo os parlamentares, mantém proximidade com integrantes da atual gestão e participa de eventos oficiais no município.
O jornalista Marcelo Generosode Manaus (AM), encaminhou ao Ministério Público do Piauí e à Polícia Civil um dossiê de 935 páginas contendo registros de boletins de ocorrência e denúncias relacionadas ao blogueiro em diferentes estados. Os documentos estão sob análise das autoridades competentes.
Até o momento, o prefeito Francisco Emanuel não se pronunciou publicamente sobre o caso. O vice-prefeito, Darlan, manifestou apoio aos parlamentares e repudiou os ataques.
Alegações de tentativa de impedimento de entrevistas
O vereador Davi Soares afirmou que tentou conceder entrevistas a veículos de comunicação locais sobre temas de sua atuação parlamentar, mas que emissoras teriam sido pressionadas por assessores ligados à prefeitura para impedir a veiculação.
Mensagens atribuídas a servidora comissionada
Mensagens divulgadas em grupos locais de WhatsApp foram atribuídas à servidora comissionada Juliana Portelalotada na Secretaria Municipal de Saúde.
Nos diálogos, ela afirma atuar na defesa da atual gestão e na produção de conteúdos direcionados contra adversários políticos.

Em outra troca de mensagens, a servidora conversa com o blogueiro Erlan Bastos, sugerindo alinhamento político entre ambos. As mensagens circulam publicamente nas redes sociais, mas ainda não foram autenticadas oficialmente.

A servidora consta no cadastro de pessoal do município como ocupante de função de coordenação na área da Saúde.

Relatos de organização de grupos virtuais
Moradores e servidores afirmam que grupos de mensagens e perfis anônimos nas redes sociais seriam administrados por apoiadores da gestão municipal, com o objetivo de responder a críticas e publicar conteúdos direcionados contra parlamentares da oposição. O irmão do prefeito, Celton Cunha, é citado por interlocutores como uma das lideranças internas desse grupo.
As denúncias envolvendo suposto uso da estrutura pública para fins de comunicação política, assédio institucional e contratação irregular de serviços estão sendo encaminhadas ao Ministério Público e à Polícia Civil.











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