A Polícia Civil do Piauí está conduzindo uma investigação que envolve dois ex-vereadores de Teresina em um suposto esquema de desvio de recursos públicos. A apuração ocorre no âmbito da Operação Interpostos, que apura os crimes de rachadinha, peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro, supostamente praticados durante a administração do ex-prefeito Dr. Pessoa (2021–2024).
Paralelamente, outra frente da investigação, denominada Operação Gabinete de Ouroresultou na prisão de Suelene da Cruz Pessoa, conhecida como Sol Pessoaex-chefe de gabinete da Prefeitura. Segundo os investigadores, ela teria atuado como coordenadora das movimentações financeiras ilícitas. Outras três pessoas também foram presas: o servidor público Rafael Thiago, o terceirizado Mauro José e o empresário Marcus Almeida.
Ex-prefeito nega envolvimento
Em nota oficial, o ex-prefeito Dr. Pessoa declarou que não tem conhecimento de qualquer prática irregular cometida por integrantes da gestão, tampouco autorizou ou teve ciência de condutas ilícitas. Ele afirma ainda que todos os contratos firmados durante seu mandato seguiram os trâmites legais de licitação, com acompanhamento dos órgãos competentes da prefeitura.
Investigações em curso
De acordo com a Polícia Civil, as investigações foram motivadas por movimentações financeiras consideradas suspeitas, detectadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Segundo o delegado Ferdinando Martins, os valores envolvidos chamaram a atenção dos investigadores. Um dos ex-parlamentares chegou a movimentar aproximadamente R$ 14 milhões entre 2020 e 2023, sendo R$ 5 milhões apenas em 2022.
A delegada Bernadete Santana explicou que os ex-vereadores teriam utilizado terceiros como sócios ocultos em empresas contratadas pelo poder público, com o objetivo de ocultar a origem dos recursos. Os nomes dos investigados ainda não foram divulgados por conta do sigilo da investigação. Nesta fase, não houve prisões relacionadas aos ex-vereadores, apenas apreensão de materiais.
Sol Pessoa seria a líder do esquema
Segundo os investigadores, Sol Pessoa exercia controle direto sobre pagamentos, realocação de servidores e contratos com fornecedores. As investigações indicam que ela utilizava contas de terceiros para movimentar dinheiro, adquirir bens de luxo e realizar reformas.
Um dos casos destacados envolve o pagamento de R$ 150 mil feito por um motorista da prefeitura à construtora responsável por obras em um imóvel ligado à ex-chefe de gabinete. A polícia também apontou que amigos próximos da investigada ajudavam na movimentação dos valores e no pagamento de despesas pessoais.
Os quatro presos estão detidos por mandado de prisão temporária, com prazo inicial de cinco dias. A polícia ainda cumpriu 14 mandados de busca e apreensão e realizou bloqueios patrimoniais, que incluem um imóvel, um sítio, um apartamento e três veículos de luxo.
Dr. Pessoa diz que investigada não é parente
Após a operação, Dr. Pessoa reforçou que não possui qualquer laço familiar com Sol Pessoa, sendo a semelhança de sobrenome uma coincidência. Ele reafirmou seu compromisso com a ética e a legalidade na condução da gestão pública.
Nota de Esclarecimento – Dr. Pessoa
O ex-prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, informa que Suelene da Cruz Pessoa, citada nas investigações, não possui qualquer grau de parentesco com ele, tratando-se apenas de coincidência nominal. Ele afirma ainda que desconhece qualquer prática ilícita cometida por servidores durante sua gestão e que todos os contratos seguiram o processo licitatório legal, com o devido acompanhamento das secretarias e fiscalização dos contratos. Por fim, Dr. Pessoa reforça seu compromisso com a transparência, probidade e respeito ao dinheiro público, valores que, segundo ele, sempre guiaram sua atuação como gestor.
Dr. Pessoa – Ex-prefeito de Teresina
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