A Câmara Municipal de Teresina realizou, nesta quinta-feira (04), uma audiência pública para discutir a situação da segurança nas escolas da capital.
Pais de Alice Brasil cobram mais segurança em escolas durante audiência na Câmara de Teresina – Foto: Lupa1
O encontro contou com a presença dos pais de Alice Brasil, a fotógrafa Daiana Brasil e o major do Exército Cláudio Sousa.
Alice morreu em um acidente em uma escola particular da cidade, ligada ao grupo CEV, o Colégio CEV, da família Fonteles.
Segundo os pais, desde a tragédia, não houve demonstração de empatia nem da instituição de ensino, nem da família responsável pelo colégio.
Em entrevista à imprensa, o pai de Alice relatou as dificuldades enfrentadas pela família após o acidente, especialmente em relação ao irmão da criança, Arthur, que presenciou a cena.
Pais de Alice Brasil cobram mais segurança em escolas durante audiência na Câmara de Teresina – Foto: Lupa1
“Desde que aconteceu a tragédia, o nosso pequeno tem apresentado comportamentos que não tinha antes. Sempre foi muito ligado à irmã. Nós, com recursos próprios, estamos custeando o tratamento dele. Arthur estava a apenas 30 centímetros do local do acidente, quase foi atingido também. É muito difícil lidar com tudo isso”, desabafou.
A mãe, Daiana, reforçou que o caso deve servir de alerta e gerar transformações.
Pais de Alice Brasil cobram mais segurança em escolas durante audiência na Câmara de Teresina – Foto: Lupa1
“A gente espera que seja um marco em busca de mudanças, de conscientização, de apoio dos políticos e das autoridades, para que acidentes como o que a gente vem passando não aconteçam mais por falta de cuidado e de segurança nas escolas. Que esse seja apenas o começo da mudança”, afirmou.
Ausência de apoio da escola
Questionada se houve algum tipo de acompanhamento ou ajuda por parte do colégio, a mãe respondeu que o contato foi mínimo e inadequado
Pais de Alice Brasil cobram mais segurança em escolas durante audiência na Câmara de Teresina – Foto: Lupa1
“No começo, o presidente da escola mandou algumas mensagens de WhatsApp, que eu me recusei até a responder. Acho que diante de um problema tão grave, a atenção deveria ser proporcional ao que aconteceu. Um caso desses não se resolve por mensagem no celular, isso é coisa para resolver problema do dia a dia, não uma tragédia dessa dimensão”, declarou.
Cláudio Sousa destacou que a audiência foi uma forma de transformar a dor em luta e cobrou medidas efetivas para garantir a segurança de crianças dentro das escolas.
“Viemos aqui para transformar a nossa dor em algo positivo, que valha a pena lutar. Segurança não é luxo, é obrigação. Muitas escolas estão funcionando de forma irregular e isso precisa ser exposto. Enterrei minha filha no dia do meu aniversário, e não quero que nenhuma família passe pelo que estamos passando. Nossa reivindicação é que tudo isso venha à tona, para que os pais saibam a realidade das escolas onde colocam seus filhos”, concluiu.
A audiência foi convocada pelo presidente da Câmara, vereador Enzo Samuel, a pedido do vereador Petrus Evelyn, e contou também com representantes do Corpo de Bombeiros do Piauí, da Secretaria Municipal de Segurança e do Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe).
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