Na manhã desta terça-feira (14), foi deflagrada a “Operação Cifra Oculta”, mirando uma organização criminosa que operava um sofisticado esquema de tráfico interestadual de drogas e, sobretudo, lavagem de dinheiro, revelando a audácia com que o crime tenta se legalizar no Brasil.
O ponto de partida da desarticulação é o Piauí, mas a estrutura da máfia se estendia por estados estratégicos para o crime organizado.
Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão expedidos pela Central de Inquéritos de Teresina, atingindo cidades como Parnaíba, Luís Correia e a capital piauiense.
O braço da operação se estendeu até Timon (MA), Itaquaquecetuba e Campinas (SP), e Fortaleza (CE), mostrando a capilaridade da rede criminosa.
O que choca na investigação é a frieza do cálculo: o grupo criminoso conseguiu movimentar, de forma oculta, mais de R$ 35 milhões. Este valor astronômico era injetado no sistema financeiro legal por meio de empresas de fachada e uma complexa rede de “laranjas”, ou pessoas interpostas.
Operação desmonta rede que lavou mais de R$ 35 milhões do tráfico – Foto: Divulgação
O volume de capital expõe a dimensão do lucro obtido com a distribuição de entorpecentes e a urgência do combate à lavagem de dinheiro, que transforma o ilícito em poder econômico.
A FICCO/PI, composta pela Polícia Federal, Polícia Civil, Militar e Penal, demonstrou que o foco não é apenas apreender a droga, mas sufocar a estrutura financeira que mantém o crime de pé.
Durante a ação, foram apreendidos documentos, valores e mídias eletrônicas que servirão para mapear a profundidade dos elos e o fluxo exato desse dinheiro.
Os investigados, que mantinham núcleos especializados para aquisição, transporte, lavagem e distribuição, agora responderão pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
A Operação Cifra Oculta, que teve apoio crucial da Polícia Militar de São Paulo, é um lembrete contundente de que a segurança pública não pode apenas correr atrás do prejuízo, mas precisa desmantelar a base econômica que financia a violência e a corrupção no Piauí e no país.