Voto
O Brasil tem participação efetiva na Instituição do Voto da Mulher. Em 1928, em Mossoró, no Rio Grande do Norte, quando era governado por Juvenal Lamartine, foi autorizado o voto feminino, abrindo uma página pioneira no empoderamento das mulheres. Celina Guimarães Viana foi a primeira mulher a votar. Em nível nacional, Getúlio Vargas, por decreto, instituiu o voto para a mulherada, quebrando todas as restrições, em fevereiro de 1932. Dizia o decreto que era eleitor qualquer cidadão com mais de 21 anos, sem distinção de sexo.
Eram potiguares as primeiras eleitoras. Foto: Internet
7º Dia
Hoje, amigos e familiares vão se reunir para rememorar os bons momentos vividos com Rosalina. Dona Rosa. Tia Rosa. Figura lendária dos bastidores do Theatro 4 de Setembro. A camareira marcou época com seu sorriso expansivo, que abria a porta do coração trancado até com cadeado de navio. A casa de espetáculos mais importante do estado vai promover a missa de sétimo dia em memória da alma de nossa amada amiga, que nos deixou com um espaço que não pode ser preenchido. Será para sempre lembrada.
CEC
O mais antigo Conselho de Cultura do Brasil é do Piauí. Seria motivo de orgulho se não fosse uma entidade que não tem poder de representar ninguém. Com formato que impede sua autogestão, o CEC é apenas um apêndice sem função prática no ordenamento administrativo. Consultivo e normativo, o conselho é apenas uma adorno caro que torra cerca de R$ 50 mil reais por mês para nada. Há muito tempo o Piauí está atrasado na instalação de seu Conselho de Política Cultural, que além de ser deliberativo, também é fiscalizador.

Eleições
Já se movimentam aqueles que querem permanecer no órgão que não tem poder, mas tem status. Para quem não conhece, ostentar o título de conselheiro de cultura parece muita coisa aos incautos. Mas não é. Entretanto, rende um bom dinheirinho para cada um dos seus membros, que reúnem-se apenas uma vez por semana. O suficiente para garantir um gordo jeton de mais de R$ 3 mil. Há quem ache pouco. Eu acho uma fortuna para quem não faz nada. E se não fossem estes trocados, não tinha briga nem disputa pelo cargo inútil.
Conselheiros
Em número de 9, a composição do CEC segue um rito que afasta qualquer oportunidade do artista ter algum poder, numericamente falando. Com apenas três representantes vindo dos artistas, é o único acesso com algum restício de democracia em sua processo. Os nossos representantes são eleitos por entidades. Neste mundaréu de CNPJs. Manter uma entidade funcionando por ser uma moeda de troca no processo eletivo, não mais que isso. Os demais, 3 são indicados pelo poder executivo. Leia-se, estado. Os outros 3 são indicação da Assembleia Legislativa. Tem conselheira que está há mais de 30 anos no mesmo lugar.

Boicote
Um grupo de artistas vem debatendo a mudança necessária para transformar o atual CEC no Conselho Estadual de Política Cultural, mas a resistência é grande. Quem quer transparência das contas da Secult? Quem quer participar no processo de construção das políticas públicas à Cultura? Quem quer fiscalizar as contas públicas e a aplicação dos recursos? Quem quer ter um espaço oficial para debater caminhos para o nosso universo artístico-cultural? Todos os artistas querem. Mas quem manda na Secult já mandou vetar. Por isso, artistas de renome têm orientado o boicote ao CEC.

Atraso
O próprio Ministério da Cultura tem orientado os estados brasileiros a entrarem nessa nova fase. Inclusive por ser signatário do PNC – Plano Nacional de Cultura, o Piauí comprometeu-se em instalar um conselho moderno. Deve ser muito estranho para o MinC ver que o estado com mais expressiva votação ao Partido dos Trabalhadores, que preconiza o avanço da classe proletária, não preconiza o compartilhamento de poder e faz o contrário. Mantém uma estrutura obsoleta, símbolo do atraso. Entrave para o o desenvolvimento de nossas políticas e à produção de bens culturais.
Sem força
Por outro lado, o Piauí atravessa um momento em que não há uma entidade ligada ao setor cultural com alguma força para representar o segmento. O Sindicato dos Artistas não defende os interesses de seus membros, mas o da gestão. Outras entidades que nasceram para servir quem as criou, foram cooptadas e hoje todas servem ao poder instituído. Por isso o silêncio quando algo prejudica quem produz bens culturais. Como as mudanças no SIEC – Sistema de Incentivo Estadual à Cultura, que aconteceram sem nenhum artista tomar conhecimento.
Vendido
As pessoas perderam a noção da realidade. Quem “vendeu” as entidades dos artistas não é artista. Artista defende artista. Não a gestão. Mas virou ao contrário. Para os artistas, o silêncio e a indiferença de quem as comanda. Para a gestão, leques e salamaleques. Todas as vênias e bajulações. Um cérebro subserviente não combina. O artista é rebelde por natureza porque enxerga com lentes reforçadas os erros e equívocos, também. Costumo dizer, as gestões passam e os artistas ficam. A história moderna vai fazer justiça.
foi
Enquanto isso, um grupo que mantém a resistência, organizou-se e vai fundar uma entidade na próxima quarta-feira, 5, Dia da Cultura. Uma referência ao baluarte Rui Barbosa. O novo CNPJ vem ocupar o espaço deixado pelas entidades vendidas. O Fórum de Arte e Cultura do Piauí promete lutar por todas os artistas de todas as linguagens, acrescentando técnicos em espetáculos de diversão, produtores, manequins e modelos. O humorista João Cláudio Moreno gravou vídeo apoiando a chegada da nova representação jurídica dos artistas e o universo que os cerca.













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