Foto em rede social pode ter motivado assassinato de adolescente em escola de Teresina

A Polícia Civil do Piauí, por meio do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), prendeu quatro suspeitos de envolvimento no assassinato do estudante Alex Mariano Nascimento Moura, ocorrido na última quarta-feira (14) dentro da Unidade Escolar Residencial Esplanada, na zona Sul de Teresina. Dois suspeitos, entre eles o atirador identificado como A.A.P., de 17 anos, continuam foragidos.

Quatro envolvidos na execução de adolescente dentro de escola em Teresina são capturados – Foto: Reprodução

De acordo com as investigações, a motivação para o crime teria sido uma publicação feita pela vítima nas redes sociais, destinada apenas aos “melhores amigos”, em que aparecia portando uma arma de fogo modelo Beretta. Segundo o delegado Charles Pessoa, coordenador do Draco, a postagem foi mostrada a membros de uma facção criminosa.

“Eu não vou assegurar que ele (a vítima) tinha envolvimento, o que posso confirmar é que ele postou uma foto nas redes sociais portando arma de fogo”, afirmou o delegado.

Após a circulação da imagem, integrantes da facção abordaram Alex dentro da escola, tomaram o celular dele e confirmaram que ele faria parte de um grupo rival. Em seguida, um dos autores saiu do colégio, retornou minutos depois e, com ajuda de um comparsa, atraiu o estudante para a parte de trás da escola, onde ele foi executado.

Imagens do sistema de monitoramento da unidade registraram momentos antes do crime e auxiliaram na identificação dos envolvidos. O delegado ressaltou que a escola tinha câmeras funcionando e que o Estado já vinha adotando medidas preventivas.

“Não houve omissão do Estado. A escola tinha sistema de monitoramento eficiente, que contribuiu para elucidar o crime. Inclusive, minutos antes do ocorrido, estávamos em reunião com a direção para tratar de medidas contra esse tipo de criminalidade”, destacou Charles Pessoa.

Na tarde desta quinta-feira (14), um adolescente conhecido como “Neguinho” (T.G.S.M.) foi apreendido no bairro Torquato Neto. Ele confessou participação e detalhou o plano. Na madrugada, outros três suspeitos foram presos: um homem, uma mulher e outro menor. A mulher, identificada pelas iniciais A.P.C., teria enviado a foto da vítima aos criminosos.

As diligências continuam para prender o atirador A.A.P., de 17 anos, e outro maior de idade, que permanecem foragidos. A arma do crime ainda não foi localizada.

Histórico do atirador

O adolescente acusado de efetuar os disparos tem extensa ficha infracional. Em 2024 e 2025, foi apreendido várias vezes por roubos e chegou a cumprir medidas socioeducativas, mas voltou às ruas pouco antes do homicídio.

Debate sobre legislação

O caso reacendeu a discussão sobre a legislação que trata de crimes praticados por menores. Para o secretário de Segurança Pública, Chico Lucas, a demora nos julgamentos contribui para a sensação de impunidade.

“A cada nova ocorrência, reforça-se a sensação de impunidade, estimulando a reincidência e aumentando a audácia dos jovens infratores”, afirmou.

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