4º dia
Mais dois espetáculos. O primeiro foi apresentado às 8h30, “A Farra do Boi Bumbá”, RJ. À noite, “Animo Festas”, de SP, às 19h, no Theatro 4 de Setembro. Às 20h30, festival de performances, no espaço Osório Júnior. O Festival Confluências do Teatro Brasileiro vai até amanhã celebrando o Riso, tema do ano. Com o desdobramento para a temática a ser explorada pelos performers: “Livrai-me de tudo que me trava o riso”, deve inspirar os intérpretes e fazer a plateia sorrir.
Portal
O Brasil celebra o Dia do Saci, uma contraposição ao resto do mundo que festeja o Halloween, que tem origem pagã. Para marcar o fim do verão e o início do inverno na Europa, os celtas desenvolveram um festival chamado “Samhain”. As pessoas acreditavam que nesta data os mundos de dimensões diferentes podiam se acessar mutuamente, com a entrada de espíritos. É daí que vem a frase: “As bruxas estão soltas!”

A festa europeia ganhou o mundo. Imagem: Internet
Confusão
Ontem, um pouco depois das 16h, reforço da Polícia Militar (com cerca de 15 PMs) foi chamado para conter os ânimos exaltados na escola técnica de artes, que fica próxima ao ginásio Verdão. Conforme apuração feita pela coluna, com vários envolvidos direta e indiretamente, a direção da Escola Gomes Campos, juntamente com a 4a Gerência Regional de Educação, promoveu reunião para destituir o Grêmio Torquato Neto.

Direção
O grêmio estudantil Torquato Neto faz denúncias que apontam equívocos de gestão. O diretor Franklin Pires resolveu tirar a pedra do sapato. Rompendo suas atribuições, desceu o degrau e foi se meter num processo de retirada de seus adversários, pessoalmente. Segundo testemunhas, insuflou alunos, colheu assinaturas para um suposto abaixo-assinado, “fez campanha” contra o grêmio nas salas de aula e promoveu a reunião fatal.

Grêmio
A entidade estudantil, eleita no começo do ano, tem a legitimidade questionada pela direção, que afirma que não há ata que confirme o pleito. O presidente do grêmio, José Augusto, aluno do terceiro módulo do curso de Teatro, rebate as acusações e afirma manter os documentos resguardados para evitar ações invasivas da gestão. Militante do movimento estudantil nacional, mantém uma pauta crítica e questionadora da gestão.

Explosão
Na tarde de ontem, a Companhia Independente de Policiamento Escolar – CIPE, enviou a pedidos dois policiais à Gomes Campos. Diante da previsibilidade de reunião tensa, a gestão antecipou-se. Foram enviados dois sargentos experientes. Um ficou na entrada da escola e o outro foi acompanhar a reunião. Segundo relatos de várias fontes, com cerca de 10 minutos após o início, o desentendimento partiu para acusações de parte a parte, que escalou para xingamentos, tapas, mordidas e socos. Agressões que culminaram em lesões.
Prisões
A militante Dara foi acusada de desacatar um dos militares. Por isso, recebeu voz de prisão. Quando era conduzida algemada, o militar foi agredido com socos no rosto por outro militante, que também foi contido. Uma das professoras, que tentava acalmar os ânimos, foi agredida. Outro aluno que também continha os exaltados, foi lesionado com um mordida, que sangrou, manchando a farda do PM. Com três detidos, agressores e agredidos foram à Central de Flagrantes esclarecer os fatos.

Soltura
Além de José Augusto e Dara, o militante Caetano também foi conduzido coercitivamente. O presidente do grêmio, ligado a UP (Unidade Popular), teve fiança paga pelo Sindserm (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina). Todos foram liberados. O ponto de inflexão virou centro de convergência da esquerda. Os militantes receberam a solidariedade e apoio durante toda a noite de sindicalistas, políticos, advogados e outros estudantes.
Revisão
O decano do teatro piauiense, dramaturgo Aci Campelo, lamentou o fato em grupo de zap na noite de ontem. Revelou-me em conversa privada: “O projeto precisa ser revisto todo”. Há tempos a Escola Gomes Campos dá sinais de que não está operacionalizando como planejado. O teatrólogo, que é um dos fundadores da unidade escolar, juntamente comigo, que presidia o SATED/PI na época, também enxerga o desgaste dos anos e os descaminhos pedagógicos e de gestão.

Diretor
Aci encaminhou no mesmo grupo de zap declaração atribuída ao diretor da Gomes Campos, Franklin Pires: “Hoje nossa escola foi invadida. Representantes de forças políticas invadiram uma reunião e agrediram alunos, professores e policiais. Tiveram que ser tirados a força da escola e agora tentam mudar a narrativa dizendo que a escola foi truculenta. Os professores e alunos se sentem inseguros e sem força para continuar fazendo o que a escola sempre faz desde 2007: ensinar a arte como educação.”
Grêmio
O presidente do grêmio falou com a coluna e afirma que na semana passada houve reunião entre a entidade, a direção da escola e a secretaria da educação, onde não chegaram a acordo. Augusto afirma que a Seduc não respondeu ao pedido para uma segunda reunião onde apresentaria os documentos da eleição. Sobre ontem, falou que não sabia da assembleia com alunos, que colegas o encurralaram, foi agredido e que apenas se defendeu e defendeu sua companheira de luta.
Ebulição
Ontem foi o ponto de ruptura, mas os desgastes entre gestão, alunos e professores acontece há tempos. Antes de surgirem as primeiras denúncias de assédio e censura no final do ano passado, a tensão vem escalando, com direção e grêmio protagonizando disputa por espaço e poder. Até aí tudo bem. Quando ultrapassa os limites que geram violência física dentro de uma escola de artes, é preciso parar, refletir, identificar o problema e sanar, se possível.













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