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Por Norton Lima Jr
De força
Ilustração OPINIÃO NLJ
Lula e aliados debocham da “Farinha Lima”. O trocadalho diverte, mas, neste mundo cão, ri melhor quem ri por último. Afinal, um FariaLimer ter garantias, conhecimento, capital e, ao contrário de alguns, certidão negativa na polícia.
O Brasil precisa urgentemente reformar o Executivo, separar governo e Estado, como no semipresidencialismo português, para poupar nosotros de coletivas com Haddad e Lewandovsky como na última quinta (28/08).
Lula tenta jogar com várias bolas em campo, mas, no futebol e na vida, só cabe uma.
Das três operações, a mais robusta é a Carbono Oculto liderada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apoiada por força de lei por instituições de Estado, como Receita Federal, Policia Federal, ANP e PGFN.
Foi a polícia paulista que fez o dever de casa. O objeto da investigação é a velha máfia de falsificadores de combustível. O governo Lula apareceu depois para surfar ou tirar surfistas da onda.
A narrativa oficial é triunfalista e exagerada. Muito barulho por nada. Até agora — nessa “maior operação contra o crime organizado da história do Brasil” — só seis pessoas (das 14 com mandado de prisão) foram presas.
Ironicamente, a ação para prender suspeitos fez aumentar o número de suspeitos, porque cúmplices ainda ocultos anteciparam a ação policial por meio de vazamentos — denunciados pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.
Por enquanto, essa operação virou uma ópera. São muitos os interregnos, as dissonâncias e as dissociações. Usaram até a imagem do governador Tarcísio para encorpar a narrativa oficial. O que tem a ver a Faria Lima com o PCC? Ou Nicolas Ferreira com Fintechs? Ou o Porto de Paranaguá do governo Ratinho com gasolina batizada?
Esse tiro de espingarda de quatro canos virou um tiro no pé.
As intenções estão claras e as coincidências, evidentes. O soberano governo Lula agora virou um soberbo paladino contra o crime organizado. E tudo virou PCC no momento do cerco aos cartéis pelo governo Trump.
Quando a esmola é grande, cego arregala o olho. O governo Lula deu visibilidade a essas operações contra o crime organizado por um álibi internacional? Tire suas próprias conclusões.
Os cartéis na América Latina traficam drogas e armas. Por isso foram considerados grupos terroristas. O Pentágono foi autorizado à operações militares diretas nos países onde ficam os cartéis, que gozam com a leniência de governos mancomunados.
No México, a presidente Cláudia Sheimbaum apreendeu algumas toneladas e deportou 55 traficantes procurados nos Estados Unidos. Na Colômbia, o presidente Gustavo Petro acusou seus antigos companheiros das FARC (ou Clã do Golfo) de derrubar um helicóptero da narcóticos colombiana.
É melhor perder os dentes para não perder a boca. Não sortia. Agora todos estão contra o narcotráfico com medo do bafo de pólvora do Trump no cangote.
Há mais ironias. Por exemplo, Ricardo Lewandowski descobriu que seu filho é o advogado da Terra Nova Trading. Haddad também descobriu que João Carlos Falpo Mansur, fundador e presidente da Reag Investimentos, apontada como o principal antro na Operação Carbono Oculto, foi bem recebido no “andar de cima”, em reuniões fechadas à imprensa por Gabriel Galípolo (no dia 12/08/25) e por Alexandre Padilha (no dia 14/11/24).
Com Padilha (ex-ministro da SRI, hoje na Saúde), Mansur levou sócios chineses da Reag para uma reunião preparatória da visita do presidente Xi Jinping ao Brasil.
A Reag era comensal na Esplanada petista. Antes, em 2023, foi recebida na Comissão de Valores Mobiliários (CVM); Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT); Ministério dos Transportes; e Ministério do Desenvolvimento Agrário.
A Reag é acusada de lavar dinheiro para Mohamad Hussein Mourad, dono da refinaria Copape, supostamente ligado ao PCC — através de transações fundo a fundo, triangulando os fundos Anna, Mabruk II e Hans 95. Em comunicado, a Reag nega gestão dos fundos, que foram liquidados meses antes da operação.
Gasolina batizada com solvente e álcool batizafo com metanol também queima. O governo Lula faz afirmações impensadas, sem medo das controvérsias — politizando uma investigação policial ainda em curso.
O ataque à Faria Lima, dado o peso econômico e político da região, só muito ódio no coraçãozinho explica.
Os CEOs e CIOs estavam a criticar o desajuste fiscal e a perda de Soberania nacional pelos rumos antiamericanos da geopolítica do governo Lula.
A Faria Lima é Pan-Americana. O brasileiro é Pan-Americano. E todos já enxergaram que a culpa do tarifaço está no distanciamento diplomático com o compadre Washington.
O governo Lula subestima a Faria Lima, ao associá-la a esquemas criminosos sem evidências robustas. O local é o centro econômico da América Latina. Sedia bancos, gestoras, fintechs e multinacionais. Acotovela profissionais de alto padrão, com anos de experiência internacional.
O tempo irá provar que chamar a Faria Lima de laranja do PCC foi uma tremenda irresponsabilidade, porque bilhões de dólares já estavam em fuga, redirecionados para outros centros, devido déficits e insegurança jurídica.
A tensão pode levar a uma paralisia de investimentos e o ponto de ruptura pode se solidificar. Espera-se um lobby agressivo por reformas que limitem a interferência governamental, além de pressões por juros mais altos pelo Banco Central. E Galipolo não quer o mesmo destino de Tombini.
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