O senador Ciro Nogueira foi bastante criticado por direitistas radicais quando disse que não assinaria o tal pedido de abertura de processo de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. E não foi por medo, foi por maturidade e habilidade política que ele assim agiu. Quem o conhece bem, sabe.
Ciro Nogueira não é um político comum; é um estrategista nato, excepcional, que domina o complexo tabuleiro político brasileiro. Não é a toa que chegou aonde chegou.
Enquanto parte da população clama pelo impeachment de Alexandre de Moraes e a direita parece ter razão em sua indignação, Ciro adota uma abordagem mais profunda e estratégica. Nos bastidores, ele está trabalhando em uma jogada que pode alterar completamente o cenário político de 2026: garantir a anistia e restaurar a elegibilidade de Jair Bolsonaro.
Ciro Nogueira e Jair BolsonaroInstagram/Ciro Nogueira
Essa não é uma tarefa simples, especialmente considerando o contexto político atual no Brasil, marcado pela influência de figuras como Moraes, Alcolumbre e Hugo Motta. Ciro sabe que, nesse ambiente, as soluções não vêm de ações impulsivas ou gritos estridentes, muito menos de acorrentados a mesa da presidência. Pelo contrário, o jogo político exige paciência, articulação cuidadosa e uma sólida base de apoio no Congresso.
A obstrução no Congresso foi apenas o primeiro passo nessa estratégia. Ciro Nogueira desempenhou um papel crucial nesse propósito, articulando e apoiando essa movimentação. Ele foi além, aproximando-se de Bolsonaro, o único líder que teve a iniciativa de fazer isso até agora. Ao conversar com o ex-presidente, Ciro pôde observar de perto a fragilidade de sua saúde e percebeu que o tempo está trabalhando contra ele.
Ciro Nogueira
No entanto, Ciro entende que a anistia, uma ferramenta que a esquerda utilizou no passado, agora pode ser usada para fortalecer a direita, garantindo que ela tenha uma presença robusta nas eleições de 2026. Ele sabe que a política não se faz com base em vendetas pessoais ou explosões de raiva nas redes sociais. O que realmente importa é a capacidade de articular apoio no Congresso, onde os votos são contados e as decisões são tomadas.
Ciro demonstra sua maestria política em não optar por confrontos públicos e espetaculares que poderiam render muitas manchetes, mas não votos. A hora é de costurar alianças com figuras influentes como Alcolumbre e Hugo Motta, buscando criar um consenso em torno da anistia.
Poucos entendem, mas para salvar Bolsonaro, é preciso dialogar com o Congresso. Enfrentar o STF exige sabedoria e silêncio. A política verdadeira é pragmática. A busca pelo impeachment de Moraes agora é mero revanchismo, mas a direita precisa de uma vitória real. Uma serve para o público, a outra para a causa. Quem busca aplausos pode perder o essencial, e a direita não pode perder a chance de garantir a anistia e a elegibilidade de Bolsonaro, se é o que mais deseja, de fato.
A OPINIÃO DOS NOSSOS COLUNISTAS NÃO REFLETE, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DO PORTAL LUPA1 E DEMAIS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO DO GRUPO LUPA1 .
Receba Notícias do Lupa1 pelo Whatsapp
Siga nas redes sociais