o “magnata dos terceirizados” comandava empregos e contratos

A coletiva de imprensa da Operação Gabinete de Ouro trouxe à tona a figura de um empresário, apelidado de “magnata dos terceirizados”, que não era um mero executor, mas uma peça-chave na engrenagem criminosa. O delegado Ferdinando Martins revelou que esse empresário atuava como um dos operadores financeiros da ex-chefe de gabinete, gerenciando, lotando e definindo pagamentos e salários de terceirizados.

Sua atuação ia muito além de um simples prestador de serviços, demonstrando poder de decisão e influência direta sobre contratos e a estrutura do esquema de corrupção em Teresina.

Sol Pessoa, alvo da Operação Gabinete de Ouro, tem bens e imóveis bloqueados – Foto: Reprodução | Lupa1

“Esse empresário era um dos operadores financeiros dela, que geria, lotava, envolvia terceirizados, definia pagamentos, valores de salário deles.” — Delegado Ferdinando Martins

A estrutura criminosa montada na Prefeitura de Teresina aproveitava intermediários e empresas “fantasmas” ou de fachada para dissimular operações e desviar recursos públicos.

A delegada Bernardete Santana detalhou que um ex-parlamentar preso chegou a operar como sócio oculto em uma empresa contratada pela Prefeitura, utilizando “interpostas pessoas” para firmar contratos com o poder público e o setor privado, possivelmente para ocultar patrimônio.

“Um dono de uma empresa, que é um ex-parlamentar, ele teria firmado contratos com poder público e contratos privados se utilizando de interpostas pessoas … Ele figurava apenas como sócio oculto dessa empresa, possivelmente para dissimular o patrimônio.” — Delegada Bernardete Santana

Esse entrelaçamento político-empresarial fortaleceu a teia de corrupção, permitindo pagamentos exigentes, prestação de contas distorcida e a criação de uma “rede paralela” de controle financeiro, tudo para escapar do radar institucional e desviar milhões dos cofres públicos do Piauí.

O Papel dos Operadores Financeiros

Os operadores financeiros, como o “magnata dos terceirizados”, eram essenciais para a lavagem de dinheiro e a ocultação dos desvios. Eles utilizavam suas contas para “otimizar o trâmite” de pagamentos, agindo como intermediários para a ex-chefe de gabinete e outros envolvidos.

A complexidade da rede demonstra a sofisticação do esquema para desviar recursos públicos e dificultar o rastreamento pelas autoridades.

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