A Operação Gabinete de Ouro, deflagrada pela Polícia Civil do Piauí, tem como principal alvo Suelene da Cruz Pessoa, conhecida como Sol Pessoa, sobrinha do ex-prefeito de Teresina, Dr. Pessoa. Apontada como líder do esquema de corrupção investigado, Sol é suspeita de comandar uma rede que desviava recursos públicos, realizava rachadinhas e lavagem de dinheiro durante a gestão municipal anterior.
De acordo com o delegado Ferdinando Martins, responsável pela investigação, diversos bens ligados a Sol Pessoa foram sequestrados judicialmente, incluindo imóveis, veículos e contas bancárias, como forma de garantir a restituição dos valores desviados.
Ao todo, a operação resultou no sequestro de bens avaliados em mais de R$ 75 milhões.
Durante a coletiva de imprensa, o delegado confirmou que a casa onde o ex-prefeito Dr. Pessoa reside também foi alvo do sequestro. Segundo a investigação, o imóvel teria vínculos diretos com a movimentação financeira de Sol Pessoa, que utilizava empresários e operadores financeiros para mascarar a origem dos recursos e adquirir bens de alto valor.
Sol Pessoa, alvo da Operação Gabinete de Ouro, tem bens e imóveis bloqueados – Foto: Reprodução | Lupa1
“Comprovamos a ligação direta dessa servidora com empresários e operadores financeiros. Eles realizavam pagamentos, utilizavam as contas dela e promoviam transferências para dar aparência de legalidade ao dinheiro público desviado”, explicou o delegado Ferdinando Martins.
A Polícia Civil identificou que parte dos imóveis e bens apreendidos eram mantidos em nome de terceiros e empresas de fachada, criadas para ocultar a real propriedade dos ativos.
Entre os bens estão uma casa de alto padrão, um apartamento, um sítio e três veículos de luxo.
A Operação Gabinete de Ouro segue apurando a participação de outros servidores e empresários que atuavam no núcleo financeiro e operacional do esquema.
Segundo o DECCOR, as ações de Sol Pessoa e seu grupo resultaram em prejuízo milionário aos cofres municipais e revelam um modelo estruturado de corrupção que funcionava dentro da Prefeitura de Teresina.
As investigações continuam com análise de documentos, depoimentos e dados bancários, buscando comprovar o vínculo direto entre Sol Pessoa, os recursos desviados e os bens de alto valor apreendidos durante a operação.