Mariana Naime, esposa do coronel Jorge Naime, réu no processo que investiga omissões da PM do Distrito Federal nos atos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, afirmou em entrevista que o então interventor da Segurança Pública do DF, Ricardo Cappelli, ordenou o uso de munição letal contra manifestantes. Segundo ela, a ordem foi dada “sem nenhum documento” e foi desobedecida pelo coronel, que teria evitado mortes naquele dia.
A esposa do coronel relatou ainda que recebeu diversas mensagens de agradecimento por parte de pessoas presentes na Praça dos Três Poderes, afirmando que seu marido havia salvado vidas ao recusar cumprir a ordem. “Muitas pessoas ouviram (…) que evitou o derramamento de sangue, evitou que houvesse munições letais contra a população. Então, as pessoas perceberam ali o papel fundamental”, relatou.
Naime, que chegou a ficar preso após os episódios, teria confidenciado à esposa que se mantém em paz por saber que evitou mortes no 8 de Janeiro.
“Eu consigo dormir em paz todos os dias. Eu tenho certeza que muitas pessoas estão soltas, estão livres, mas estão aprisionadas pela mente, porque quando deita a cabeça no travesseiro, não tem paz”, teria afirmado, segundo o relato de Mariana.
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