O cenário político piauiense para as eleições de 2026 está sendo moldado por uma intensa articulação nos bastidores, impulsionada pela provável redução no número de cadeiras na Câmara dos Deputados. A análise, publicada no “Boletim Brio”, aponta que o Piauí pode perder duas de suas dez vagas, o que acirraria a disputa e forçaria uma reconfiguração das forças políticas no estado.
Deputados Federais do PiaíReprodução
A principal consequência da diminuição da bancada, de dez para oito deputados federais, seria a necessidade de um desempenho eleitoral ainda mais robusto para garantir uma vaga. Segundo a projeção feita pela jornalista Sávia Barreto, o quociente eleitoral, número mínimo de votos para eleger um parlamentar, subiria para aproximadamente 225 mil votos. Com isso, apenas as coligações mais fortes conseguiriam eleger representantes, deixando, automaticamente, pelo menos dois dos atuais deputados de fora.
Essa nova realidade intensifica as movimentações partidárias. Uma das mais significativas, apontada pela jornalista Sávia Barreto, é a possível filiação do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, Franzé Silva (PT), ao PSD. Essa mudança o colocaria como uma aposta forte do partido para a Câmara Federal, ao lado de nomes já consolidados, que devem buscar a reeleição.
Projeções e nomes cotados
Com base nesse cenário de oito vagas, a análise do Boletim Brio apresenta uma lista de nomes com potencial para serem eleitos, distribuídos entre as principais forças políticas do estado:
Federação PT/PCdoB/PV
A federação liderada pelo Partido dos Trabalhadores, do governador Rafael Fonteles, tem potencial para eleger três deputados, segundo a jornalista. Os nomes mais cotados são os atuais deputados federais Francisco Costa, que poderá obter 120 votos; Zé Santana, que poderá obter 120 mil votos; Flávio Nogueira, que poderá obter 100 mil votos; e, na sobra, o ex-governdor Wilson Mrtins, que poderá obter 100 mil votos.
Neste cenário, ficaram de fora os deputados Florentino Neto, que poderá obter entre 80 e 90 mil votos, e o deputado Merlong Solando, que também poderá obter entre 80 e 90 mil votos.
Dr. Francisco, Merlong Solano e Zé SantanaColagem: Mikeias di Mattos
Psd
O partido planeja eleger três deputados, segundo a análise. A primeira delas seria ocupada pelo atual deputado estadual Georgiano Neto, atualmente filiado ao MDB, que poderá obter 200 mil votos. Em seguida será eleito o atual deputado federal Castro Neto, que poderá obter 180 mil votos. Na sobra, seria eleito o já deputado federal Marcos Aurélio Sampaio, com estimados 100 mil votos.
A suposta filiação de Franzé Silva ao partido não garante uma das vagas, de acordo com a projeção de Sávia Barreto.
Georgiano Neto, Castro Neto e Marcos Aurélio SampaioColagem: Mikeias di Mattos
Republicanos
No Republicanos o deputado federal Jadyel Alencar aparece como o nome mais forte para garantir a única vaga do partido, consolidando sua posição na bancada federal, com estimativa de 130 mil votos.
Jadyel Alencar – Foto: Divulgação/Ascom
Pp
Já o progressista também elegeria apenas o deputado federal Júlio Arcoverde, com estimativa de 120 mil votos. Neste cenário, o atual deputado federal Átila Filho não seria reeleito, apesar da estimativa de 110 mil votos.
Julio Arcoverde
O Impacto da Redução de Vagas
A discussão sobre a diminuição do número de deputados não é nova e baseia-se nos dados do Censo de 2022. Uma proposta para aumentar o número total de cadeiras na Câmara dos Deputados, o que evitaria a perda de representação para estados como o Piauí, foi aprovada no Senado, mas posteriormente vetada pelo Presidente da República. Com o veto, a tendência é que a nova distribuição, prejudicial ao Piauí, seja aplicada em 2026, a menos que o Congresso derrube a decisão presidencial.
A perda de duas vagas representa não apenas uma diminuição na representatividade política, mas também um prejuízo em recursos, já que pode significar uma redução de até R$ 100 milhões em emendas parlamentares destinadas ao estado. Este fator torna a eleição de 2026 ainda mais crucial e competitiva, onde cada voto e cada aliança política terão um peso determinante no futuro da bancada piauiense em Brasília.
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